12 janeiro 2010

Energias renováveis – um futuro promissor

Portugal elegeu o denominado Plano Tecnológico como a sua principal alavanca para o desenvolvimento. No âmbito deste plano a aposta nas energias renováveis tem vindo a ocupar um lugar de destaque. E os resultados dessa aposta são já evidentes.

No ano de 2009, por cada 100 Watts de electricidade consumidos em Portugal, 15 tiveram origem na produção eólica – um rácio que confere ao nosso país o segundo lugar a nível mundial, só superado pela Dinamarca, onde este tipo de energia representa cerca de 20 por cento do seu consumo de electricidade.

Para além do crescimento na produção de energia eólica, também outras fontes de energias renováveis experimentaram, em 2009, um aumento de produção - 24,7% no caso da energia hidroeléctrica e 315% no caso da energia fotovoltaica – contribuindo, dessa forma, para que as energias renováveis representem já 35,9% de todo o consumo de energia eléctrica em Portugal.

Se durante os próximos meses, Portugal puser em marcha todos os parques eólicos já projectados, arrancar com os reforços de potência nas barragens da EDP já decididos e promover um ligeiro incremento na produção de electricidade através do regime de co-geração recorrendo a energias renováveis, o nosso país poderá passar a produzir, em 2010, de forma limpa e autónoma, 45% do total da energia que consome.

E produzir 45% do total da energia consumida apenas com recurso a fontes limpas, renováveis e endógenas representa não só um enorme ganho em termos ambientais mas representa acima de tudo um inestimável e precioso contributo para a correcção de um dos mais persistentes e estruturais desequilíbrios da nossa balança comercial com o exterior.

Não nos esqueçamos que a compra de combustíveis e energia ao exterior são a parte de leão das nossas importações. Por isso apostar nas energias renováveis é reduzir, de forma directa e imediata, a nossa factura energética e, concomitantemente, o nosso próprio endividamento ao exterior.

Subsidiariamente, a aposta nas energias renováveis envolve um esforço notável em investigação e desenvolvimento o que Portugal tem feito bem e com sucesso. Por isso as empresas portuguesas que têm apostado nessa área estão entre os melhores “players” a nível mundial, como o comprovam os importantes contratos que têm assegurado um pouco por todo o globo, o que as transforma em contribuintes líquidos para a nossa balança comercial com o exterior. Assim, e como em tudo, o sucesso das nossas empresas é o nosso próprio sucesso.

Descoberto o filão das energias renováveis há que persistir com inteligência e arrojo no seu desenvolvimento. O futuro é o das energias verdes e Portugal já está entre os primeiros. Pelo menos, neste âmbito, o futuro parece promissor.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Ouvir

Speech by ReadSpeaker