08 dezembro 2009

Copenhaga e o instinto de sobrevivência

Está a decorrer, de 7 a 18 deste mês, na capital Dinamarquesa, a “Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas”, abreviadamente, também, designada por conferência ou cimeira de Copenhaga.

Nesta cimeira estão reunidos os líderes mundiais, nomeadamente os responsáveis governamentais pelas áreas do ambiente, para discutirem e tentarem concertar medidas que atenuem ou ponham cobro às mudanças climáticas cujas consequências nefastas já se sentem, de forma evidente, a nível global.

É que com o constante incremento industrial e do seu usufruto, consequência do crescimento exponencial do acesso à sociedade de consumo por um cada vez maior número de pessoas em todo mundo, principalmente nos países emergentes, nomeadamente na Índia e na China, tem-se adensado a libertação, para a atmosfera, de gases com efeito estufa que estão na origem das preocupantes e nefastas alterações climáticas.

Todos já percebemos que a presença de gases com efeito estufa na atmosfera está próxima de atingir o limite do aceitável e o ponto de não retorno a partir do qual a vida, tal como a conhecemos, deixará de ser viável no planeta terra.

Assim, em Copenhaga, não só está em causa o nosso futuro individual mas principalmente o futuro da humanidade e muito provavelmente o de grande parte dos seres vivos. A hora é, pois, de preocupação e responsabilidade.

Para muitos especialistas o que está sobre a mesa em Copenhaga é, ainda, muito pouco para o muito que há a fazer nessa área. E sendo pouco, exige-se que as delegações se entendam e não falhem num entendimento por mínimo que seja.

Esse entendimento será um sinal ao mundo. Se o compromisso persistir curto, como aquele que nos é apresentado, muitos considerarão que o sinal será ténue e frouxo. Mas o não compromisso representa, com toda a certeza, um sinal aberto em direcção ao abismo onde mergulhará, dentro de algumas décadas, toda a humanidade.

Por isso, todos esperamos que as delegações em Copenhaga não se limitem a negociar com inteligência mas que coloquem, também, sobre a mesa, o mais primário e o mais radical de todos os instintos: o instinto de sobrevivência.

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