Segundo
a última edição do jornal “Região d'ouro”, o vereador Jorge
Osório terá afirmado que a construção do multiusos tinha sido
“uma decisão acertada”.
Nada
de mais errado!
Acertado
teria sido manter a Expodouro (a maior e mais pujante Feira do
interior Norte do país). Acertado teria sido não ter atirado a
feira semanal para cima de arruamentos urbanos à boa maneira
terceiro-mundista. Acertado teria sido não lançar a derrama
(imposto municipal) sobre as micro, pequenas e médias empresas do
Concelho. Acertado teria sido não aumentar o custo da água para
preços proibitivos (principalmente para o sector empresarial que tão
debilitado tem andado com a crise financeira que o sufoca). Acertado
teria sido não ter abandonado o programa URBCOM (com fundos
comunitários) que dispunha de alguns valiosos milhões de euros para
o apoio ao nosso comércio tradicional. Acertado teria sido
prosseguir a política de construção de equipamentos desportivos de
proximidade (junto das escolas, junto dos bairros residenciais e nas
aldeias do concelho) por forma a facultar e a fomentar o “Desporto
para todos”.
Melhor,
ainda...
Acertado teria sido ter um plano e uma estratégia de desenvolvimento
sustentado do município para não termos que ter esbanjado três
mandatos autárquicos com pouco mais que a construção de
uma inutilidade chamada multiusos e na desfiguração da nossa jóia
da coroa (a baixa da cidade). E isto, claro, para já não falar na
monstruosa dívida que poderá rondar os 100 milhões de euros no
final do mandato. É caso para perguntar por onde se terá dissipado
tão significativo esbanjamento.
PS –
No mandato autárquico 2001-2005 (mandato em que, igualmente, Jorge
Osório desempenhou funções de vereador), a Câmara elaborou um
estudo prévio para a construção de um multiusos na mesma
localização do atual tendo-se concluído que não só a
localização não era adequada como era uma infraestrutura
insustentável para o município de Lamego. Por isso o projeto foi
abandonado e mandado engavetar.
Subsiste
a questão: como é que um projeto em 2003 (mais modesto e prevendo
a possibilidade de financiamento a 75% com fundos perdidos) é
considerado inviável e em 2006 passa a ser uma “opção acertada”,
apesar do seu megalómano custo não contar com qualquer cêntimo a
fundo perdido?
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