25 dezembro 2014

Multiusos - acertos e desacertos


Segundo a última edição do jornal “Região d'ouro”, o vereador Jorge Osório terá afirmado que a construção do multiusos tinha sido “uma decisão acertada”.
Nada de mais errado!
Acertado teria sido manter a Expodouro (a maior e mais pujante Feira do interior Norte do país). Acertado teria sido não ter atirado a feira semanal para cima de arruamentos urbanos à boa maneira terceiro-mundista. Acertado teria sido não lançar a derrama (imposto municipal) sobre as micro, pequenas e médias empresas do Concelho. Acertado teria sido não aumentar o custo da água para preços proibitivos (principalmente para o sector empresarial que tão debilitado tem andado com a crise financeira que o sufoca). Acertado teria sido não ter abandonado o programa URBCOM (com fundos comunitários) que dispunha de alguns valiosos milhões de euros para o apoio ao nosso comércio tradicional. Acertado teria sido prosseguir a política de construção de equipamentos desportivos de proximidade (junto das escolas, junto dos bairros residenciais e nas aldeias do concelho) por forma a facultar e a fomentar o “Desporto para todos”.
Melhor, ainda...
Acertado teria sido ter um plano e uma estratégia de desenvolvimento sustentado do município para não termos que ter esbanjado três mandatos autárquicos com pouco mais que a construção de uma inutilidade chamada multiusos e na desfiguração da nossa jóia da coroa (a baixa da cidade). E isto, claro, para já não falar na monstruosa dívida que poderá rondar os 100 milhões de euros no final do mandato. É caso para perguntar por onde se terá dissipado tão significativo esbanjamento.

PS – No mandato autárquico 2001-2005 (mandato em que, igualmente, Jorge Osório desempenhou funções de vereador), a Câmara elaborou um estudo prévio para a construção de um multiusos na mesma localização do atual tendo-se concluído que não só a localização não era adequada como era uma infraestrutura insustentável para o município de Lamego. Por isso o projeto foi abandonado e mandado engavetar.
Subsiste a questão: como é que um projeto em 2003 (mais modesto e prevendo a possibilidade de financiamento a 75% com fundos perdidos) é considerado inviável e em 2006 passa a ser uma “opção acertada”, apesar do seu megalómano custo não contar com qualquer cêntimo a fundo perdido?

Sem comentários:

Enviar um comentário

Ouvir

Speech by ReadSpeaker