16 março 2010

Literacia - um valor seguro


Um pouco por todo o país, as escolas do ensino básico têm estado a celebrar as suas “Semanas da Leitura”. Esta acção concertada a nível nacional integra-se no Plano Nacional de Leitura, projecto, em boa hora, lançado pelo governo sob os auspícios da anterior ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, como resposta aos evidentes deficits de literacia verificados no nosso país.
Apesar dos índices de alfabetização, em Portugal, rodarem os 95% da população, todos temos consciência que os mesmos não correspondem a índices aceitáveis de literacia. Todas as análises e estudos realizados demonstram bem que, no que respeita ao domínio da leitura, a situação de Portugal quando comparada com os países desenvolvidos, é, no mínimo, confrangedora.
E na sociedade de informação em que vivemos e que cada vez mais se aprofunda não basta saber assinar o nome e “ler uma letrita ou outra”. É preciso muito mais. É preciso que cada indivíduo saiba compreender e usar a informação escrita de modo a desenvolver os seus próprios conhecimentos e potencialidades, bem como participar activamente na sociedade em que se insere.
Com o Plano Nacional de Leitura pretende, o governo, não só, promover salutares hábitos de leitura mas sobretudo desenvolver o gosto pelo conhecimento e pela investigação individual para que cada indivíduo possa alargar as suas competências nos domínios da leitura e da escrita e assim melhor competir na complexa sociedade da informação que caracteriza o mundo moderno.
E, apesar de se dirigir a todos os portugueses, foi estabelecido que durante os cinco primeiros anos do projecto, o público-alvo prioritário seria a comunidade escolar, principalmente do ensino básico. Por isso, as escolas foram apetrechadas com os meios físicos, técnicos e humanos adequados a tal desiderato, apelando-se, simultaneamente, à mobilização dos educadores, professores, pais, encarregados de educação, bibliotecários, animadores e mediadores de leitura.
Fruto de uma estratégia bem delineada e da mobilização de meios adequado, o nosso sistema de ensino tem estado a viver uma verdadeira revolução silenciosa. A enorme e assertiva sementeira de novos hábitos e comportamentos em relação ao saber irão, com toda a certeza, dar valiosas e frutuosas colheitas ao país. A persistir o esforço, Portugal será, dentro duma década, um país muito melhor preparado e habilitado a enfrentar os desafios que o futuro lhe coloca.
Como todos sabemos, os melhores activos e a riqueza mais consistente e perene de um país é o seu próprio povo. Por isso ao apostar na valorização das pessoas, Portugal está não só a construir um país mais justo e igualitário mas está, acima de tudo, a amealhar um incalculável “pé-de-meia” que reverterá, necessariamente, em melhores condições de vida para as gerações futuras. O conhecimento e o saber são as ferramentas mais poderosas ao serviço do progresso e do desenvolvimento.

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